Com 245 anos, a assessoria de imprensa é um serviço que revolucionou o relacionamento entre o mercado empresarial e o midiático, conferindo mais assertividade nesta comunicação e na transmissão de mensagens para a sociedade, ou para determinados públicos.
As relações – que anteriormente eram intermediadas apenas pela publicidade – passaram a contar com o diálogo formado entre assessores e formadores de opinião. Para dar um exemplo, o primeiro caso célebre desta interação foi o do famigerado empresário John Rockefeller, na década de 1990.
Aos cuidados do jornalista pioneiro Ivy Lee, a imagem de Rockefeller – detestado pela sociedade da época e acusado de praticar, entre outras coisas, um monopólio colérico e impiedoso – sofreu uma transformação radical: graças aos esforços estratégicos de assessoria e um drástico reposicionamento mercadológico, o empresário conquistou o status de empreendedor visionário e bem-sucedido. O que este caso deixou de lição? Que a aceitação dentro de um mercado, sua solidez e longevidade devem muito à capacidade de comunicação de uma empresa e de seu bom relacionamento midiático e social.
Uma vez que assessoria de imprensa se apoia não no que a organização tem a dizer sobre si mesma, mas na conquista de bons e duradouros relacionamentos e na escolha de posicionamentos mais assertivos, suas ações são dotadas de maior credibilidade, confiança e engajamento. Afinal, a empresa e suas atividades, produtos e serviços, produzem informações, que serão propagadas por agentes à serviço do bem-estar coletivo, acostumados a levar o conhecimento – bem como a ditar as melhores práticas e tendências – ao cotidiano de milhões de pessoas.
Pensando na Era Digital, apesar da comunicação nunca ter sido tão rápida e fácil, a busca por informações confiáveis cresceu exponencialmente – na mesma medida que a desinformação – e influenciadores e formadores de opiniões movimentam massas virtuais gigantescas, em busca de “guias” sobre o que e quem merece – por exercitar posicionamentos engajados, por criar conteúdo relevantes, por participar de pautas sociais importantes e investir em relacionamentos – receber a atenção dos consumidores atuais.
E, se a internet conduz milhões de pessoas por seu imenso e profundo oceano, a busca por informações de qualidade se transformou numa espécie de salva-vidas da existência contemporânea. Diferente do público da década de 1990, o atual já não incorpora discursos meramente publicitários: é preciso conteúdo, envolvimento, a entrega de uma experiência, de um consumo que vai muito além de uma simples aquisição. Não é à toa que, percebendo essa maré, publicidade, marketing e jornalismo se fundiram e, hoje, caminham juntos, em atuações interdisciplinares que objetivam conquistar as novas gerações, estabelecer diálogos assertivos e oferecer este “algo a mais”. É o caso, por exemplo, de estratégias como o branded content, que constrói relações empáticas entre pessoas e marcas através da produção de conteúdos relevantes, informativos e comprometidos.
Desta forma, o trabalho de assessoria de imprensa permanece em constante mutação, se comunicando e incorporando outras áreas para aprimorar o desenvolvimento de seu exercício. O papel do assessor de imprensa, mesmo hoje, com tão poucos obstáculos à comunicação, é essencial e cresce na mesma medida em que o valor de bons relacionamentos e a capacidade de gerar engajamento aumenta.