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Hospital Pilar realiza cirurgia inovadora em Curitiba

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Paciente com malformação arteriovenosa no tálamo passou por um procedimento cirúrgico complexo, inovador, com auxílio de inteligência artificial, robótica, realidade aumentada e monitorização das funções neurológicas, no Hospital Pilar

Uma tecnologia digna de filmes e seriados de ficção científica torna-se uma realidade na medicina em Curitiba. Há pouco mais de uma década, foi introduzida a neuronavegação, uma ferramenta análoga ao GPS, que auxilia os neurocirurgiões na localização das lesões em procedimentos complexos. Na capital paranaense, o Hospital Pilar passa a contar com uma série de recursos tecnológicos ainda mais modernos para salvar vidas e restabelecer a saúde dos pacientes. Agora, com auxílio da inteligência artificial, realidade aumentada e robótica.

Os neurocirurgiões Dr. Luiz Roberto Aguiar e Dr. Leo Diztel Filho lideraram, no mês de setembro, a equipe responsável pela primeira cirurgia na cidade, realizada com o auxílio dessa tecnologia. A paciente, uma jovem, tinha o diagnóstico de malformação arteriovenosa no tálamo, à esquerda, hemisfério dominante do seu cérebro. Depois de sofrer uma hemorragia apresentou um quadro que combinava paralisia sensitiva e motora no lado direito do corpo. “Sendo uma malformação vascular, a cirurgia foi bastante complexa e com alto risco, tendo em vista que ela já estava com parte da sua função motora comprometida. Nossa estratégia foi reunir uma equipe altamente especializada para diminuir os riscos à sua saúde, procurando evitar que ocorresse qualquer prejuízo às suas funções neurológicas. E comemoramos, pois conseguimos realizar uma neurocirurgia inovadora com bastante sucesso, promovendo a recuperação quase completa dos sintomas”, explica o especialista.

O neurocirurgião comenta que essa cirurgia só foi possível com os equipamentos adquiridos pelo Hospital Pilar. “É o mais moderno sistema de neuronavegação existente, que conectado ao microscópio Zeiss Kinevo 900 por uma interface robótica, gera uma ampla e complexa capacidade de visualização da região operatória. O sistema de navegação, com auxilio de poderosos softwares de inteligência artificial, reconhece e individualiza automaticamente as diversas estruturas cerebrais a partir de exames de ressonância magnética permitindo, inclusive a reconstrução tridimensional do conectoma cerebral, isto é, o sistema de fibras que forma os circuitos cerebrais”, diz.

Além disso, no pré-operatório, numa estação de planejamento instalada nas dependências do hospital, o cirurgião faz uma simulação tridimensional do procedimento, estabelece alvos e trajetórias e identifica todas as dificuldades que poderão surgir. Durante a cirurgia, estas imagens, obtidas do planejamento, são enviadas para o Sistema de Visualização Robótica KINEVO 900 da ZEISS e, mediante injeção de imagem o cirurgião recebe, em sua retina a visão multidimensional do campo operatório, com imagens holográficas tridimensionais que mostram não só a localização precisa da lesão, mas toda a estrutura cerebral adjacente.

No microscópio, um sofisticado sistema de visualização é montado sobre uma plataforma robótica. Pela ação automática de dezenas de micromotores instalados na estativa e no sistema óptico, comandado pelo sistema de navegação, o microscópio passa a funcionar com um robô, que segue, com movimentos precisos, os deslocamentos das mãos do cirurgião, reconhece o foco, profundidade de campo e cria e projeta as imagens tridimensionais holográficas em tempo real.

 Diferente dos demais microscópios convencionais utilizados no país, o KINEVO 900 possui tecnologia que permite ao cirurgião realizar procedimentos com o auxílio de um sistema de vídeo, projetando as imagens em um monitor 3D de 55″ com definição 4K, sem a necessidade do uso da binocular. Dessa forma, oferece mais ergonomia e liberdade de ações ao médico.

A precisão deste conjunto de equipamentos é tão grande que é possível fazer uma neurocirurgia complexa de forma minimamente invasiva. “Essa paciente, por exemplo, permaneceu internada dois dias no hospital. Isso reduz os riscos da cirurgia, o tempo de operação e o período de recuperação pós-operatório. Além dos equipamentos e de um plano cirúrgico bastante ousado, no caso dela, nós contamos também com o suporte de uma grande equipe. Ao todo 11 profissionais trabalharam nessa cirurgia, incluindo cirurgiões, anestesistas, enfermeiros, instrumentadores e engenheiros biomédicos, que cuidam de todo esse equipamento e de seu perfeito funcionamento de acordo com o plano cirúrgico. Além destes, um neurologista, especialista em neurofisiologia, acompanha todo o desenrolar da cirurgia utilizando um sistema de monitorização neurofisiológica.

Redução do tempo de cirurgia e internação

Estudos recentes apontam que a neuronavegação reduz em até 50% o tempo das cirurgias cranianas e, em procedimentos relacionados à coluna, esta redução pode ser ainda maior. Além disso, a técnica influencia na redução do tempo de permanência hospitalar, registrando uma diminuição de dois dias de permanência, em média.

A melhor recuperação dos pacientes pode ser observada também pela observação da redução na incidência de re-operações. “São inúmeros os benefícios para os pacientes e também para os hospitais, planos de saúde, já que com a diminuição do tempo de internação e de recuperação, todos ganham. Os pacientes podem retornar mais prontamente à suas casas, para o convívio com seus familiares e à sua rotina de trabalho. As salas de cirurgia nos centros cirúrgicos são liberadas em menor número de horas permitindo aos profissionais atender outros pacientes que necessitem de cirurgia. Os custos totais dos tratamentos são menores, possibilitando que mais pessoas possam ter acesso a um tratamento mais seguro, com o que há de mais moderno em termos de tecnologia no plano cirúrgico”, destaca o neurocirurgião.

Esta tecnologia chegou para reforçar o empenho da instituição em sua missão de oferecer medicina de qualidade e atendimento humanizado aos pacientes de Curitiba e região.

 *Dr. Luiz Roberto Aguiar – CMR-PR 8414 / RQE 5574

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