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Uso de IA pode ajudar a reduzir o tempo médio que o brasileiro passa no trânsito

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Auxiliando a mobilidade urbana, a Inteligência Artificial contribui para amenizar os engarrafamentos nas cidades

Uma pesquisa realizada pela 99, aplicativo de transporte, em parceria com a Ipsos, empresa de pesquisa e inteligência de mercado, em 2019, intitulada “Como o brasileiro entende o transporte urbano” apontou que o tempo médio para realizar os deslocamentos diários no país superava duas horas. As classes C e D/E são as que mais tempo levavam para se locomover: 129 minutos para a classe C e 130 para as classes D/E. As classes A e B levavam 94 e 124 minutos respectivamente. As regiões campeãs em tempo de locomoção são Sudeste (144 minutos) e Nordeste (132 minutos). Em média são 2,4 deslocamentos diários com percurso maior que 500 metros.

Um outro estudo demonstra que o brasileiro continua a passar muito do seu tempo no trânsito. De acordo com dados do VAI (Vehicle Artificial Intelligence), sistema de conectividade automotiva, em abril de 2020, quando as medidas de isolamento e distanciamento social estavam começando no país, os carros monitorados pelo sistema passaram cerca de 7 horas e 3 minutos no trânsito. Já em abril de 2021 esse número saltou para 11 horas e 16 minutos.

Mais tempo no trânsito, mais veículos nas vias, mais engarrafamentos. Um estudo do Banco Mundial aponta que, atualmente, mais da metade da população do planeta (54,8%) vive em cidades. Ainda segundo o Banco Mundial, 86,3% da população brasileira vive atualmente nas cidades, e este número continua crescendo, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com o estudo, a população urbana mundial passou a população rural mundial a partir de 2005. A projeção da ONU é que, em 2050, 70% da população global (mais de 6 bilhões de pessoas) viverá em cidades, sendo que 64,1% das pessoas nos países em desenvolvimento, incluindo o Brasil.

Segundo análise feita pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, com a crescente concentração populacional nos centros urbanos nas últimas décadas, houve um crescimento do número de veículos circulando, o que provocou diversos problemas relacionados à mobilidade. Dentre eles, a velocidade média dos veículos nas cidades passou a diminuir a cada ano, não pela fiscalização e controle da velocidade, mas sim devido aos enormes congestionamentos. Este problema tem provocado outros impactos negativos para toda a sociedade, tais como: a demora nos atendimentos de emergência (ambulâncias, bombeiros, polícia, defesa-civil), podendo aumentar a incidência de óbitos; prejuízos à economia, aumentando custos e reduzindo a produtividade, já que funcionários demoram mais para chegar ao trabalho e cargas são entregues com atraso; redução da qualidade de vida urbana, pois as pessoas têm menos tempo para lazer e família, gerando estresse e aumento de doenças correlatas; crescente degradação ambiental, pelo aumento do consumo de combustíveis tradicionais fósseis e, consequentemente, da poluição causada pela emissão de gases dos veículos. Além disso, a maior quantidade de veículos e de pessoas circulando nas ruas sem que haja o adequado planejamento e gerenciamento da mobilidade urbana, pode aumentar a probabilidade de acidentes de trânsito, que, por sua vez, podem provocar um crescimento na taxa de óbitos e de feridos.

A Inteligência Artificial está sendo usada em diversas localidades do mundo para ajudar no monitoramento do trânsito e auxiliar na mobilidade urbana, visando reduzir alguns desses problemas. Um exemplo de projeto, prestes a ser implantado no Espírito Santo, é o Cercamento Eletrônico, que engloba a instalação de um sistema composto por câmeras, sensores e softwares, inclusive a infraestrutura de comunicação de dados e servidores necessários, para coletar dados e imagens dos veículos que passam em centenas de pontos nas rodovias capixabas, e cruzar essas informações com diversos bancos de dados públicos para, com o uso de inteligência artificial avançada, identificar crimes de diversas naturezas.

Segundo o porta-voz do Consórcio Pedras Verdes, Guilherme Araujo, esse sistema criará grandes bolsões amplamente monitorados, de modo que um veículo não conseguirá ir de um para outro sem ser acompanhado. “Cada uma dessas regiões, desses bolsões, passa a ser uma área cercada eletronicamente em que um carro roubado, por exemplo só será possível sair passando pelas porteiras (câmeras). Daí a analogia com cercados de arame e muralhas medievais, que eram intransponíveis, exceto por passagens específicas”, lembra.

Além disso, o projeto ainda foca na segurança, na mobilidade urbana e qualidade de vida no trânsito, atuando com caráter preventivo nos locais identificados como de risco potencial, buscando evitar e reduzir a ocorrência de acidentes nas vias do Estado.

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